quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Megalitismo do Amazonas/Guianas

O megalitismo do Amapá, o mais espectacular das Américas, apresenta uma distribuição relativamente ribeirinha, nos limites da terra firme do litoral amapaense.

Porém, existe um conjunto de monumentos, bastante diferenciado e muito mal conhecido, axializado pelo festo que separa a bacia amazónica das bacias guianenses.
Esta distribuição junto ao festo (watershed, water divide) é muito semelhante, em vários aspectos, à dos menires alentejanos ou, na maioria dos casos, à das estelas etíopes.

Na verdade, refiro-me a monumentos cuja tipologia, nalguns casos, se pode inserir algures entre o megalitismo e a arte rupestre.
São arranjos de pedras, de dimensões modestas, que reproduzem motivos frequentes na arte rupestre. Localizam-se sobre inselbergs graníticos (na Guiana francesa).

Outros, localizados na Savana Sipaliwini - a continuação, em território do Suriname, da savana dos Tiriyós - parecem desenhar alinhamentos de tipo astronómico, mas igualmente com pedras pequenas, sobre batólitos graníticos. (link).
Há também um exemplar, publicado como arte rupestre, em que o suporte se assemelha - pelo menos na imagem publicada - a um menir, com gravuras. (link).

Em território brasileiro, alinhamentos astronómicos foram materializados por blocos graníticos fincados, que, tipologicamente, se aproximam muito (exceto na escala) dos alinhamentos de menires.

De um e de outro lado da fronteira Suriname-Brasil, há referências a importantes conjuntos de arte rupestre; para além das referências de Protásio Frikel, ainda praticamente desconhecidas, tem vindo a ser estudado um sítio excepcional, no Suriname, com datas bastante recuadas: Werehpai.




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