Like AP-CA-18, in Calçoene (Amapá, Brasil?)
Archaeoastronomy in Colombia
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Muitas Antas, Mais alguma gente
Arqueologia de Lugares Naturais: "Megalitismo Natural"
Por toda costa Norte do Amapá, na região dos Megalitos, afloramentos de granito com abrigos eram utilizados para deposição de vasilhas cerâmicas e urnas funerárias, um contexto semelhante ao que encontramos nos megalitos. Na foto um destes sítios, Montanha da Pluma, recentemente revisitado durante prospecção preventiva nas obras de uma rodovia.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Megalitismo do Amazonas/Guianas
O megalitismo do Amapá, o mais espectacular das Américas, apresenta uma distribuição relativamente ribeirinha, nos limites da terra firme do litoral amapaense.
Porém, existe um conjunto de monumentos, bastante diferenciado e muito mal conhecido, axializado pelo festo que separa a bacia amazónica das bacias guianenses.
Esta distribuição junto ao festo (watershed, water divide) é muito semelhante, em vários aspectos, à dos menires alentejanos ou, na maioria dos casos, à das estelas etíopes.
Na verdade, refiro-me a monumentos cuja tipologia, nalguns casos, se pode inserir algures entre o megalitismo e a arte rupestre.
São arranjos de pedras, de dimensões modestas, que reproduzem motivos frequentes na arte rupestre. Localizam-se sobre inselbergs graníticos (na Guiana francesa).
Outros, localizados na Savana Sipaliwini - a continuação, em território do Suriname, da savana dos Tiriyós - parecem desenhar alinhamentos de tipo astronómico, mas igualmente com pedras pequenas, sobre batólitos graníticos. (link).
Há também um exemplar, publicado como arte rupestre, em que o suporte se assemelha - pelo menos na imagem publicada - a um menir, com gravuras. (link).
Em território brasileiro, alinhamentos astronómicos foram materializados por blocos graníticos fincados, que, tipologicamente, se aproximam muito (exceto na escala) dos alinhamentos de menires.
De um e de outro lado da fronteira Suriname-Brasil, há referências a importantes conjuntos de arte rupestre; para além das referências de Protásio Frikel, ainda praticamente desconhecidas, tem vindo a ser estudado um sítio excepcional, no Suriname, com datas bastante recuadas: Werehpai.
Porém, existe um conjunto de monumentos, bastante diferenciado e muito mal conhecido, axializado pelo festo que separa a bacia amazónica das bacias guianenses.
Esta distribuição junto ao festo (watershed, water divide) é muito semelhante, em vários aspectos, à dos menires alentejanos ou, na maioria dos casos, à das estelas etíopes.
Na verdade, refiro-me a monumentos cuja tipologia, nalguns casos, se pode inserir algures entre o megalitismo e a arte rupestre.
São arranjos de pedras, de dimensões modestas, que reproduzem motivos frequentes na arte rupestre. Localizam-se sobre inselbergs graníticos (na Guiana francesa).
Outros, localizados na Savana Sipaliwini - a continuação, em território do Suriname, da savana dos Tiriyós - parecem desenhar alinhamentos de tipo astronómico, mas igualmente com pedras pequenas, sobre batólitos graníticos. (link).
Há também um exemplar, publicado como arte rupestre, em que o suporte se assemelha - pelo menos na imagem publicada - a um menir, com gravuras. (link).
Em território brasileiro, alinhamentos astronómicos foram materializados por blocos graníticos fincados, que, tipologicamente, se aproximam muito (exceto na escala) dos alinhamentos de menires.
De um e de outro lado da fronteira Suriname-Brasil, há referências a importantes conjuntos de arte rupestre; para além das referências de Protásio Frikel, ainda praticamente desconhecidas, tem vindo a ser estudado um sítio excepcional, no Suriname, com datas bastante recuadas: Werehpai.
domingo, 23 de novembro de 2008
Etnoarqueologia megalítica tropical
Esquema da estratigrafia e das estruturas da necrópole de Tuto Fela. Note-se que os poços em forma de bota estão associados a estelas "fálicas" e são sobrepostos pelas deposições superficiais, associadas a estelas "antropomórficas".
Foi publicado, em 2007, mais um volume, dirigido por R. Jousseaume, sobre o megalitismo da África Oriental, centrado, neste caso, no monumento de Tuto Fela, no Sul da Etiópia.
A existência, nessa região, de povos que continuam, hoje em dia, a erguer monumentos megalíticos, suscitou uma abordagem etnoarqueológica particularmente interessante.
Para além do potencial destes dados, em termos de arqueologia comparativa, para o estudo do megalitismo, como fenómeno global, é, desde logo, muito curioso comparar directamente os sítios megalíticos etíopes e amazónicos.
Essa comparação deve ter em conta vários aspectos:
1. A cronologia. Os dados actualmente disponíveis, para a Etiópia, a partir do conjunto de Tiya (Jousseaume, 1995) apontam para cronologias à volta de 1200 d.c. (apesar de alguma indefinição para momentos anteriores), em concordância com as cronologias do megalitismo amazônico.
2. A tipologia das sepulturas etíopes, associadas às estelas (Tiya, Tuto Fela...) é outro detalhe coincidente com a realidade amapaense; de resto, "os povos Oromo (ou oromoides) actuais (Borana, Konso, Arsi...) depositam os seus mortos em posição flectida contraída num nicho arranjado no fundo de um poço." (Jousseame, 2007: 265).
Os rituais funerários destes povos, envolvendo megalitos, mas também estátuas de madeira, são descritos com algum detalhe, envolvendo igualmente iconografias e artefactos simbólicos, em articulação com a respectiva estrutura social.
3. A conformação das plantas dos monumentos com eventos astronómicos e calendáricos, proposta para monumentos namoratunga, no Norte do Quénia (Jousseaume, 2007: 258).
Um dos sítios apresenta um conjunto de alinhamentos, com 19 pedras, o mesmo número que curiosamente encontramos no famoso conjunto de Locmariaquer, no Morbihan (França), provavelmente relacionado com o ciclo das pausas lunares.
Recorde-se que os dois alinhamentos conhecidos na savana Tiriyó (Tumucumaque), apresentam 52 e 13 blocos, respectivamente, valores que reflectem interesses calendáricos de tipo luni-solar.
A existência, nessa região, de povos que continuam, hoje em dia, a erguer monumentos megalíticos, suscitou uma abordagem etnoarqueológica particularmente interessante.
Para além do potencial destes dados, em termos de arqueologia comparativa, para o estudo do megalitismo, como fenómeno global, é, desde logo, muito curioso comparar directamente os sítios megalíticos etíopes e amazónicos.
Essa comparação deve ter em conta vários aspectos:
1. A cronologia. Os dados actualmente disponíveis, para a Etiópia, a partir do conjunto de Tiya (Jousseaume, 1995) apontam para cronologias à volta de 1200 d.c. (apesar de alguma indefinição para momentos anteriores), em concordância com as cronologias do megalitismo amazônico.
2. A tipologia das sepulturas etíopes, associadas às estelas (Tiya, Tuto Fela...) é outro detalhe coincidente com a realidade amapaense; de resto, "os povos Oromo (ou oromoides) actuais (Borana, Konso, Arsi...) depositam os seus mortos em posição flectida contraída num nicho arranjado no fundo de um poço." (Jousseame, 2007: 265).
Os rituais funerários destes povos, envolvendo megalitos, mas também estátuas de madeira, são descritos com algum detalhe, envolvendo igualmente iconografias e artefactos simbólicos, em articulação com a respectiva estrutura social.
3. A conformação das plantas dos monumentos com eventos astronómicos e calendáricos, proposta para monumentos namoratunga, no Norte do Quénia (Jousseaume, 2007: 258).
Um dos sítios apresenta um conjunto de alinhamentos, com 19 pedras, o mesmo número que curiosamente encontramos no famoso conjunto de Locmariaquer, no Morbihan (França), provavelmente relacionado com o ciclo das pausas lunares.
Recorde-se que os dois alinhamentos conhecidos na savana Tiriyó (Tumucumaque), apresentam 52 e 13 blocos, respectivamente, valores que reflectem interesses calendáricos de tipo luni-solar.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Sítio Arqueológico da UNIFAP
Este sítio, conhecido desde o final da década de 90, nunca havia sido estudado sistematicamente, consistindo em urnas (possivelmente funerárias) enterradas e, sobre elas, a deposição de uma camada de laterita de 15 cm de espessura. Apesar de não ser apenas um dos vários sítios deste tipo que ocorrem desde Macapá até a Foz do Amazonas, a sua localização é excepcional: junto à malha urbana da cidade de Macapá e dentro da Universidade Federal do Amapá (que universidade no mundo não gostaria de ter um sítio dentro de seu Campus?).
As escavações foram retomadas pela equipe do IEPA em outubro de 2008, na forma de um sítio-escola, aberto aos estudantes universitários.
As escavações foram retomadas pela equipe do IEPA em outubro de 2008, na forma de um sítio-escola, aberto aos estudantes universitários.
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