A primeira escavação
no sítio Curiaú Mirim I (cidade de Macapá e localizado próximo a área quilombola do Curiaú) realizada em 2011, pela equipe de Arqueologia do Núcleo
de Pesquisa Arqueológica do IEPA, possibilitou identificar cerâmicas Mazagão, Koriabo, Caviana e um conjunto
funerário inserido em um poço irregular.
Retornando ao campo
em 2014, a equipe teve uma nova surpresa: a identificação de um poço funerário com uma morfologia inédita- três câmaras laterais. Os poços continham
potes, tigelas, bancos inteiros, além de urnas funerárias que guardavam ossos
humanos e de animais. Os materiais arqueológicos encontram-se
acondicionados na reserva técnica do Núcleo de Pesquisa Arqueológica no
IEPA.
Imagem 01: Urna funerária encontrada no poço.
O mestrando Avelino Gambim Jr (Museu Nacional/UFRJ), é o responsável
pela análise do material ósseo, pois seu tema de dissertação é
o estudo das práticas funerárias das três estruturas encontradas no sítio
Curiaú Mirim I. Avelino contou com a presença da sua orientadora a professora
Dra. Claudia Rodrigues de Carvalho, arqueóloga e diretora do Museu
Nacional/UFRJ. A visita de Claudia, ocorreu entre os dias 8 a 12 de Dezembro de 2014.
Neste período foi escavada uma das urnas funerárias retiradas dos poços.
Imagem 02: Momento da escavação da urna funerária no laboratório do NuPARQ- IEPA.
Durante a escavação da urna no laboratório foram
identificados ossos humanos (crianças e adulto), restos faunísticos
(conchas) e pequenas contas feitas de carapaças de animais.
Imagem 03: À esquerda, separação do material encontrado na urna funerária. À direita, pequenas contas feitas de carapaças de animais.
O material cerâmico encontrado no poço está sendo analisado pelo Bolsista de Apoio Técnico do NuPARQ- IEPA, Alan Nazaré. Durante a análise foram identificadas tigelas, potes com decorações delicadas que remetem as fases arqueológicas Mazagão, Koriabo, Marajoara.
Imagem 04: Peças que acompanhavam o sepultamento encontrado no poço.
No
último dia de atividades no laboratório a
arqueóloga Claudia Carvalho, realizou uma apresentação que mostrou um pouco dos
trabalhos que estão sendo desenvolvidos na área da Bioarqueologia nos Estados
do Rio de Janeiro, Santa Catarina, dentre outros. Pesquisas voltadas para a Bioarqueologia poderão ajudar a elucidar novas questões referentes a ocupação humana na hoje cidade de Macapá. O sítio Curiaú Mirim I é uma das exceções do chamado mito da diluição biológica na Amazônia (Mendonça de Souza, 2010: 428).
Imagem 05: Palestra da arqueóloga Claudia Carvalho.
Referência:
SOUZA, S. M. F. O silêncio bioarqueológico da Amazônia
entre o mito da diluição demográfica e o da diluição biológica da floresta
tropical. Arqueologia Amazônica. Editado por E. Pereira e V. Guapindaia, pp. 425-445, Vol.1. Belém:
Museu Paraense Emilio Goeldi. 2010.
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