sexta-feira, 6 de novembro de 2015

ARQUEOLOGIA NA ESCOLA RAIMUNDA DO PASSOS - O sítio Curiaú Mirim I

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ARQUEOLOGIA NA ESCOLA RAIMUNDA DO PASSOS

            Ontem, pela manhã e tarde do dia 5 de Novembro de 2015, a Escola Raimunda dos passos, localizada no bairro Novo Horizonte recebeu a equipe de Arqueologia do IEPA para realizar atividades educativas junto aos alunos da sexta série do ensino fundamental. A atividade buscou divulgar os resultados preliminares de pesquisas que estão sendo feitas sobre sítio arqueológico Curiaú Mirim.

            Desta forma, apresentamos a importância da história local e como os alunos podem aprender com o mundo que os rodeia. A ideia foi valorizar o conhecimento da turma sobre a história do seu bairro ou Macapá e a partir disso, apresentar aos alunos uma história muito diferente, a história da nossa diversidade cultural utilizando como exemplo o sítio arqueológico Curiaú Mirim.  No decorrer da atividade também procuramos sensibilizar esses alunos para que contribuam com a preservação e divulgação do nosso patrimônio arqueológico.

        Foram realizadas além de apresentações expositivo-dialogadas, demonstrações de ferramentas utilizadas pelos arqueólogos, demonstração de artefatos arqueológicos e atividades lúdicas. 

         Esta é uma das primeiras etapas de divulgação dos resultados da pesquisa no sítio. As etapas seguintes irão incluir a comunidade do Quilombo do Curiaú.

             

















Agradecimentos:
Escola Raimunda dos Passos
Catiane Souza Costa Paixão
Alexandra Guimarães
Cristina Brito
Robeli Chagas
Jelly Lima




                

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Notícias sobre o Sítio Arqueológico Curiaú Mirim I

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A primeira escavação no sítio Curiaú Mirim I (cidade de Macapá e localizado próximo a área quilombola do Curiaú) realizada em 2011, pela equipe de Arqueologia do Núcleo de Pesquisa Arqueológica do IEPA, possibilitou identificar cerâmicas Mazagão, Koriabo, Caviana e um conjunto funerário inserido em um poço irregular. 
Retornando ao campo em 2014, a equipe teve uma nova surpresa: a identificação de um poço funerário com uma morfologia inédita- três câmaras laterais. Os poços continham potes, tigelas, bancos inteiros, além de urnas funerárias que guardavam ossos humanos e de animais. Os materiais arqueológicos  encontram-se acondicionados  na reserva técnica do Núcleo de Pesquisa Arqueológica no IEPA.


Imagem 01: Urna funerária encontrada no poço.

O mestrando Avelino Gambim Jr (Museu Nacional/UFRJ), é o responsável pela análise do material ósseo, pois seu tema de dissertação é o estudo das práticas funerárias das três estruturas encontradas no sítio Curiaú Mirim I. Avelino contou com a presença da sua orientadora a professora Dra. Claudia Rodrigues de Carvalho, arqueóloga e diretora do Museu Nacional/UFRJ. A visita de Claudia, ocorreu entre os dias 8 a 12 de Dezembro de 2014. Neste período foi escavada uma das  urnas funerárias retiradas dos poços. 


Imagem 02: Momento da escavação da urna funerária no laboratório do NuPARQ- IEPA.

Durante a escavação da urna no laboratório foram identificados ossos humanos (crianças e adulto), restos faunísticos (conchas) e pequenas contas feitas de carapaças de animais. 


Imagem 03: À esquerda, separação do material encontrado na urna funerária. À direita, pequenas contas feitas de carapaças de animais.

O material cerâmico encontrado no poço está sendo analisado pelo Bolsista de Apoio Técnico do NuPARQ- IEPA, Alan Nazaré. Durante a análise foram identificadas tigelas, potes com decorações delicadas que remetem as fases arqueológicas Mazagão, Koriabo,  Marajoara. 


Imagem 04: Peças  que acompanhavam o sepultamento encontrado no poço.

No último dia de atividades no laboratório  a arqueóloga Claudia Carvalho, realizou uma apresentação que mostrou um pouco dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos na área da Bioarqueologia nos Estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina, dentre outros. Pesquisas voltadas para a Bioarqueologia poderão ajudar a elucidar novas questões referentes a ocupação humana na hoje cidade de Macapá. O sítio Curiaú Mirim I é uma das exceções do chamado mito da diluição biológica na Amazônia (Mendonça de Souza, 2010: 428). 


Imagem 05: Palestra da arqueóloga Claudia Carvalho.

Referência
SOUZA, S. M. F. O silêncio bioarqueológico da Amazônia entre o mito da diluição demográfica e o da diluição biológica da floresta tropical. Arqueologia Amazônica. Editado por E. Pereira e V. Guapindaia, pp. 425-445, Vol.1. Belém: Museu Paraense Emilio Goeldi. 2010.