Por outro lado, num levantamento toponímico efetuado num troço do rio Negro, de “46 names, 12 refer to places where specific kinds of game are abundant, 17 to particular events in the lives of elder Suya, and 10 to geographical peculiarities such as river bends and rapids” (Hornborg 2005: 2).
Uma outra possibilidade a explorar, com base no megalitismo europeu, é a de as próprias pedras representarem metaforicamente a paisagem envolvente, ou aquela de onde provêm. Segundo Tim Darvill, “Stonehenge seems to have been built as a representation of a reality that exists in the structure and arrangement of a particular and very real place” (Darvill 2009: 48), interpretação na mesma linha de uma outra avançada, há alguns anos, a propósito de megalitos portugueses da região de Évora (Kalb 1996).
À escala do sítio, abstraindo da paisagem que o envolve, encontramos, como já referi, um modelo de planta subcircular, eventualmente aberto, com fortes analogias no megalitismo europeu.
A relação simbólica entre as plantas desses monumentos e as das cabanas tem sido recorrentemente invocada, sobretudo em contextos funerários. As moradas dos antepassados replicariam, nessa ótica, as moradas dos vivos.
No principal monumento de Calçoene – e aparentemente na maioria dos outros – existe, para além da parte visível, exterior, uma “construção” subterrânea, cuja relação global com o recinto de pedras fincadas, se desconhece ainda. Desconhece-se inclusive a seqüência: o conjunto foi concebido como um todo, ou foi, pelo contrário, sendo acrescentado por etapas? Esta última possibilidade é sugerida pelos escavadores que, em paralelo, obtiveram dados inequívocos de episódios de reutilização das estruturas subterrâneas (Saldanha e Cabral 2008).
Neste aspecto, convém realçar que o caráter cumulativo de muitos dos grandes sítios megalíticos europeus, é hoje um dado assente: Stonehenge ou os Almendres são palimpsestos, com longas histórias de construção e reconstrução.
Do ponto de vista das tipologias do megalitismo – com uma diversidade muito elevada – AP-CA-18 seria classificável, à primeira vista, como um recinto megalítico, composto por menires. A forma achatada dos blocos, não sendo a mais recorrente, tem, na Europa, alguns paralelos regionais: os melhor conhecidos são, por exemplo, Stenness, na Escócia (Scarre 2009: 14), ou Montneuf, na Bretanha (Lecerf 1999); a forma dos blocos relaciona-se, antes de mais, com o tipo de matéria-prima disponível, mas também com um conceito subjacente, em que as “pedras rudes” evocam o mundo natural.
Em Calçoene, alguns blocos foram apenas ligeiramente afeiçoados, enquanto outros talvez nem isso; esta intervenção mínima, ou mesmo nula, sobre a fisionomia natural dos blocos, é uma das características mais recorrentes das arquiteturas megalíticas.
Nas palavras de Chris Scarre, “the use of large, generally unshaped stones is indeed no ‘primitive’ architecture but the consequence of specific choice and tradition” (Scarre 2009: 4).
Tendo, como base empírica, a realidade americana, Saunders afirma mesmo que “the geological components of cultural landscapes were not inanimate physical matter, but rather were imbued with cosmological significance” (Saunders 2004: 123); neste sentido, existem motivos para assumir que os blocos poderiam já ter adquirido valor simbólico especial, antes de serem selecionados como megalitos. A identificação das fontes de matéria-prima, no caso amapaense, pode abrir, eventualmente, algumas pistas sobre essa possibilidade.
Outro tema com algum destaque no estudo do megalitismo europeu é a relação entre megalitos e arte rupestre, com diversas situações identificadas: coexistência ou complementaridade espacial e, sobretudo, casos em que, na construção dos megalitos, foram “reutilizados” blocos com gravuras.
No Amapá, a arte rupestre (pinturas) está presente, de forma inequívoca, em Maracá, num contexto geológico completamente distinto (arenitos) (Pereira 2004).
Porém, nos granitos da Amazônia oriental, existem muitos casos conhecidos com gravuras, quer em abrigos, quer nas rochas dos leitos dos rios.
Em Ferreira Gomes, a Sul de Calçoene, conhece-se apenas um caso, a Pedra do Índio, com gravuras num afloramento granítico; os temas dominantes são, decididamente, os círculos concêntricos e as espirais, e, aparentemente, “não se enquadram na Tradição Amazônia” (Pereira 2004: 376).
Fig. 6 - Círculos concêntricos da Pedra do Índio (Ferreira Gomes AP)
Fig. 7 - Potes em poços
Fig. 8 - A quadratura do semi-círculo (vasilha destruída por poço moderno, no povoado próximo do AP-CA-18)
6. O sexto círculo: ossos do ofício
No âmago do AP-CA-18, estão os ossos dos personagens enterrados cujos “fragmentos tinham várias marcas da ação de fogo, indicando sua cremação”. (Saldanha e Cabral 2008: 16).
É possível que, traduzindo algumas assimetrias sociais, os defuntos fossem, de uma forma ou de outra, uma fração mínima da sociedade que contruiu os megalitos; mas a seleção dos ossos depositados no monumento pode ser muito posterior à morte dos personagens se, como se pensa, a cremação era precedida pelo descarnamento. E, por enquanto, desconhece-se quanto tempo mediou entre uma operação e a outra.
Em qualquer caso, “human bones are powerful symbols. The bones of saints have been preserved in reliquaries in European cathedrals for centuries.“ (Young and Fowler 2000: 152); apenas guardados em locais muito especiais, de forma inamovível, ou circulando, em determinadas circunstâncias, entre os vivos, os ossos humanos valem muito para além do seu valor facial.
Moradas da alma dos mortos ou apenas mnemónicas para os vivos, os ossos foram, através de rituais elaborados, guardados como tesouros escondidos.
Claro que, na perspetiva do arqueólogo, os ossos são igualmente preciosos informantes (Zimmerman 1994:219).
Na verdade, para além dos dados da antropologia física ou das datações, os ossos, em contexto funerário, cristalizam e transportam as crenças e as acções dos vivos em relação a eles.
No caso do megalitismo funerário, é interessante observar que “stone and bone are conceptually linked in webs of symbolic meaning, because they share physical properties of hardness and durability” Boivin 2004: 16.
Bones and stones, like diamonds, are forever…
7. O sétimo círculo: natureza e cultura
Como numa matrioska russa, no monumento principal de Calçoene, cada círculo contém outros círculos. Em todos eles, de algum modo, parece projectar-se algum antropomorfismo. O Homem (e a Mulher) como medida de todas as coisas.
Este dispositivo espacial faz lembrar o Buracão do Laranjal, perto de Maracá, um sítio com pinturas rupestres: os círculos ocorrem aí, numa densidade notável, sobretudo nos tectos dos abrigos, sugerindo uma eventual dimensão “astronómica” (entre outras) para esse símbolo recorrente.
Fig. 9– Círculos concêntricos, no teto de um dos abrigos do Buracão do Laranjal.Mas, também no Buracão, os círculos concêntricos contracenam com figuras humanas, localizadas preferencialmente nas paredes verticais dos abrigos.
De resto, os círculos concêntricos, ou as espirais, são abundantes na arte rupestre amazónica (Pereira 2001, 2003) e, como se sabe, são igualmente um dos grandes temas da arte rupestre europeia pós-paleolítica, sobretudo nas Ilhas britânicas e NW da Península Ibérica. Frequentemente, gravadas nos próprios megalitos.
Todo o monumento megalítico é uma intervenção cultural, uma transfiguração da Natureza. No Velho Mundo, os megalitos surgiram em paralelo com a neolitização: sedentarização, agricultura, cerâmica, complexificação social, crescimento demográfico, complexificação social, são, numa ordem bastante aleatória, elementos que fazem parte, na sua génese, do “pacote megalítico”
Na Europa ocidental, em particular, a introdução da agricultura (e da pastorícia) parece ter marcado uma época de ruptura, uma enorme mudança civilizacional, com evidências também em termos de expressão simbólica. A figura humana irrompe, triunfante, no Neolítico, depois de ter sido apenas vestigial e transfigurada, durante o Paleolítico (a época dos caçadores-recoletores).
Os touros e os cavalos foram superados.
Domesticaram-se as paisagens. Construíram-se monumentos.
Porém, este cenário, em pinceladas rápidas, dificilmente encaixa na moldura amazónica (Proux 2008: 578; Rostain 2008: 284).
Natureza e cultura esbatem-se; há mais tons de cinza, entre o preto e o branco.
Entre os humanos e o resto, as distâncias parecem ser mais curtas.
A arte rupestre amazónica tem antropomorfos, zoomorfos e, para (con) fundir ainda mais o filme, muitas figuras que, para chamar-lhes alguma coisa, se tem chamado de biomorfas. O mesmo acontece na decoração das cerâmicas.
Na prática, o desmatamento, na Amazónia em geral, nunca deve tido a expressão dramática da Europa neolítica.
Lá, o machado de pedra polida – o melhor indicador arqueológico da mutilação das paisagens - tornou-se num ícone: presente, em doses por vezes maciças, nas oferendas funerárias; presente na arte megalítica; abundante nos sítios de habitação.
No fundo do poço1 do sítio AP-CA-18, foi encontrada uma lâmina de machado de pedra verde, aparentemente reciclada.
Na arte rupestre amazónica, os machados aparecem representados, por exemplo, na Ilha dos Martírios, na região Tocantins-Araguaia (Pereira 2003: 114), mas, obviamente, não são um tema muito representativo.
A “ideologia neolítica” está lá, com muitos elementos comuns (os antropomorfos, os círculos concêntricos e as espirais, os machados, os megalitos, as cerâmicas, as construções em terra…) mas, no mínimo, muito diluída.
Faltou a domesticação de animais.
De resto, se é certo que a Europa, na fúria da revolução neolítica, domesticou até os touros e os cavalos, não consta que os índios tenham alguma vez domesticado a cobra grande e a onça… ou mesmo as antas, as pacas ou os porcos do mato.
Ëmetanïmpë, os Transformados.
8. Bibliografia
Adams, R. 2009. Transforming stone: ethnoarchaeological perspectives on megalith form in Eastern Indonesia. In Scarre, C. Megalithic quarrying: Sourcing, extracting and manipulating the stones. Bar International Series 1923: 83-92.
Alvim, P. 2006. Menires, paisagem, paisagens. Os Almendres e a Serra de Monfurado. http://www.crookscape.org/textset2006/text09.html
Boivin, N. 2004. From veneration to exploitation: human engagement with the mineral world. In Boivin, N.; Owoc, M.A. Soils, Stones and Symbols. Cultural Perceptions of the Mineral World. UCL Press.
Bradley, R. 1998. Interpreting Enclosures. In Edmonds, M.; Richards, C. (eds) – Understanding the Neolithic of North-Western Europe. Glasgow: Cruithne Press: 188-203.
Bradley, R. 2002. The land, the sky and the Scottish stone circle. In Scarre, C. – Monuments and Landscape in Atlantic Europe. London: Routledge: 122-151.
Bradley, R.1998. The Significance of the Monuments. London: Routledge.
Bueno Ramirez, P.& R. Balbin Behrman,1996. El papel del elemento antropomorfo en el arte megalítico ibérico. Révue Archéologique de l’Ouest. Sup. 8 : 41-64.
Burl, A.1999. Great Stone Circles: fables, fictions, facts. New Haven and London: Yale University Press.
Cabral, M.P. & J.D.M. Saldanha. 2006. Projeto de Investigação Arqueológica na Bacia do Rio Calçoene e seu Entorno, AP: Primeiro Relatório Semestral. Macapá: IEPA.
Cabral, M.P. & J.D.M. Saldanha. 2007. Projeto de Investigação Arqueológica na Bacia do Rio Calçoene e seu Entorno, AP: Segundo Relatório Semestral. Macapá: IEPA.
Calado, M. 2002. Standing Stones and Natural Outcrops. The role of ritual monuments in the Neolithic transition of the Central Alentejo. In Scarre, C. – Monuments and Landscape in Atlantic Europe. London: Routledge: 17-35.
CALADO, M. (2003) - Entre o Céu e a Terra. Menires e arte rupestre no Alentejo Central. In CALADO, M. (ed.) – Sinais de Pedra. I Colóquio Internacional sobre Megalitismo e Arte Rupestre. Évora: Fundação Eugénio de Almeida.
Calado, M. 2004. Os Menires do Alentejo Central. Dissertação de Doutoramento apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (edição online em
http://www.crookscape.org/tesemc/tese.html).
Carneiro, R. 2009. The Sons of the Moon: the amahuaca version of a widespread amazonian mith. Amazonica, vol1, nº 1.
Darvill, T. 2009. Beyond Stonehenge.: seeking the start of the bluestone trail. In Scarre, C. Megalithic quarrying: Sourcing, extracting and manipulating the stones. Bar International Series 1923: 45-52.
da Silva, C.M. 2004. The Spring Moon. Archaeoastronomy. Supplement of the Journal for the History of Astronomy.
da Silva, C.M. & M. Calado 2003. New astronomically significant directions of the Central Alentejo Megalithic Monuments. Journal of Iberian Archeology, 5: 67-88.
Evans, C. 1950. The archaeology of the Territory of Amapá, Brazil (Brazilian Guiana). Department of Anthropology, Columbia University.
Frikel, P. 1961. Ometanímpe, os “transformados”. Boletim do MPEG, Antropologia, n.s.:17.
Goeldi, E. 1905. Excavações Archeologicas em 1895. 1ª parte: As Cavernas funerarias atificiaes dos indios hoje extinctos no rio Cunany (Goanany) e sua ceramica. Memórias do Museu Goeldi.
Heckenberger, M. 2004. The Ecology of Power: Culture, Place and Personhood in the Southern Amazon, AD 1000-2000. New York: Routledge.
Hilbert, P.P. 1957. Contribuição à arqueologia do Amapá: Fase Aristé. Boletim do MPEG. (Antropologia 1).
Hornborg, A. 2005. Ethnogenesis, Regional Integration, and Ecology in Prehistoric Amazonia: Toward a System Perspective.
Current Anthropology. Volume 46, Issue 4: 589–620.
Iwaniszewski, S. 2001. Time and space in social systems - further issues for theoretical archaeoastronomy. In Ruggles, C.(Ed.). Astronomy, Cosmology and Landscape: Proceedings of the SEAC 98 Meeting, Dublin, Ireland, September 1998. Sussex: Ocarina Books : 1-7.
Joussaume, R. 2007. Tuto Fela et les steles du sud de l’Éthiopie. Paris: Éd. Recherches sur les Civilizations.
Kalb, Ph. 1996. Megalithic transport and territorial markers. Evidence from Vale de Rodrigo, Évora, South of Portugal. Antiquity. 70, 269: 683-685.
Magaña, E. 1986. South American Ethnoastronomy. In Magaña, E.& P. Mason (Eds.). Mith and Imaginery in the New World. Amsterdam: Cedla/Foris: 399-426.
Magaña, E.1988. Astronomia wayana y tarëno: Guyana Francesa, Surinam, norte de Brasil. America Indígena, 48 (2): 447-461.
Meggers, B. & C. Evans. 1957. Archaeological investigations at the mouth of the Amazon. Bulletin of the Bureau of American Ethnology. (167).
Nimuendaju, C. 2004. In Pursuit of a Past Amazon - Archaeological Researches in the Brazilian Guyana and in the Amazon Region. In: Stenborg, P. In Pursuit of a Past Amazon - Archaeological Researches in the Brazilian Guyana and in the Amazon Region by Curt Nimuendajú: A posthumous work compiled and translated by Stig Rydén and Per Stenborg. Ethnological Studies.
Parker Pearson, M. 2000. Ancestors, bones and stones in Neolithic and Early Iron Age Britain and Ireland. In Ritchie, A. (ed.) Neolithic Orkney in its European Context. Cambridge: Mc Donald Institute for Archaeological Research.
Parker Pearson, M. n.p. Recent Investigations at Stonehenge, Comunicação apresentada no European Megalithic Studies Group Meeting (Sevilha, Espanha, Novembro 3-5, 2008).
Parker Pearson, M & Ramilisonina. 1998. Stonehenge for the ancestors: the stones pass on the message. Antiquity. Vol. 72, nº 276: 308-326.
Pereira, E. 2001. Testimony in Stone. Rock Art in the Amazon. In Mc Ewan, C.; Barreto, C.& E. Neves (Eds.). Unknown Amazon. London: The British Museum Press.
Pereira, E. 2003. Arte rupestre na Amazônia. Pará. S. Paulo: Unesp.
Pereira, E. 2004. Três sítios com arte rupestre no Amapá, Brasil. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, v.14: 367-377.
Proux, D. 2008. Paracas and Nasca: Regional Cultures of the South Coast of Peru. In Handbook of South American Archaeology. New York: Springer: 563-585.
Rostain, S. 2008. The archaeology of the Guianas: An Overview. In Handbook of South American Archaeology. New York: Springer: 279-302.
Salazar, E. 2008. Pre-Columbian Mound Complexes in the Upano River Valley, Lowland Ecuador. In Handbook of South American Archaeology. New York: Springer: 263-278.
Saldanha, J.D.M. & M. P. Cabral 2008. As estruturas megalíticas na Foz do Amazonas.
Edição online em:
http://www.crookscape.org/textjun2008/text16.html.
Saunders, N. 2004. The Cosmic Earth. Materiality and Mineralogy in the Americas. In Boivin, N. & M.A. Owoc, Soils, Stones and Symbols. Cultural Perceptions of the Mineral World. UCL Press.
Scarre, C. 2002. Coast and cosmos. The Neolithic monuments of northern Brittany. In Scarre, C. Monuments and Landscape in Atlantic Europe. London: Routledge: 84-102.
Scarre, C. 2009. Stony ground: outcrops, rocks and quarries in the creation of megalithic monuments. In Scarre, C. Megalithic quarrying: Sourcing, extracting and manipulating the stones. Bar International Series 1923: 3-20.
Schaan, D. 2006. Manejo ecológico e o desenvolvimento de sociedades complexas na Ilha de Marajó, Brasil. In Morcote Rios, G.; Mora Camargo, S. & C. Franky Calvo (Eds.) Pueblos y paysages antiguos de la selva Amazónica. Universidad Nacional de Colombia.
Silveira, O.F.M. 1998. A planície costeira do Amapá: dinâmica de ambiente costeiro influenciado por grandes fontes fluviais quaternárias. Belém: UFPA.
Snead, J. & R. Preucel 1999. The Ideology of Settlement: Ancestral Keres Landscapes in Northern Rio Grande. In Ashmore, W.; Knapp, B. (eds.) Archaeologies of Landscape. Contemporary Perspectives. Oxford : Blackwell.
Young, B. & M. Fowler 2000. Cahokia, the Great Native American Metropolis. Urbana and Chicago: University of Illinois Press.
Zimmerman, L. 1994. Human bones as symbols of power: aboriginal American belief systems toward bones and ‘grave robbing’ archaeologists. In Layton, R. Conflict in the Archaeology of Living Traditions. New York: Routledge.Zeidler, J. 2008. The Ecuadorian Formative. In Handbook of South American Archaeology. New York: Springer: 459-488.